Bom dia, boa tarde e boa noite , espero que todos estejam bem, o que você faria quando algo exerce uma influencia na sua vida, como estamos aqui ,logicamente não e boa, boa leitura.
O fantoche
Paulo olhava em volta, queria dar um presente para Marlene sua sobrinha, adorava a menina, de todos os sobrinhos era a mais legal e menos chata, esperta e inteligente, com um gosto bizarro, gostava de coisas medonhas e estranhas, preferia ganhar um Chestburster( boneco alien), invés de uma boneca ou um bicho de pelúcia, deu de presente no aniversario dela, sempre coisas ligadas a filmes de terror ou bizarras.Estava no lugar certo para procurar essas coisas, o bazar da cidade sombria, tinha olhado tudo, não achou nada interessante, estava pensando em encomendar um boneco ligado a algum filme de terror, quando algo chamou sua atenção.
Num canto do chão estava um fantoche feio, horrível, identificável, abominável, olhou aquele aborto e ao pegar aquilo do chão sentiu algo, uma sensação ruim, sabia que a menina ia gostar daquilo, quando alguém interrompeu seus devaneios sinistros, agradeceu por isso.
“Moço isso não esta a venda!”
“Desculpe, minha sobrinha ia adorar , ela gosta dessas coisas, não tem como me vender, pago um pouco a mais?”
“Senhor, você não tem ideia de onde isso vem, não sei porque isso esta aqui...”
“Por favor, não importa qual a historia, pensando bem , pago ate o dobro do preço se necessário!”
O outro homem ficou olhando, parecia que estava medindo os prós e os contras, quando falou um preço, Paulo não achou caro, mesmo assim falou um preço um pouco menor, o homem ficou pensando, torcendo a boca, fazendo beicinho, ate que concordou, o outro tirou a carteira e pagou.
“Tem certeza, que e isso mesmo, certo, aqui esta, ate embalei para presente!”
O homem passou o embrulho para Paulo como se fosse algo contaminado, sabia que aquilo era teatro, quando sua mão encostou naquele embrulho, sentiu algo, um sentimento ruim, seu instinto dizia para queimar aquilo o mais rápido possível, um misto de sensações ruins.
Um presente estranho e os dias foram passando
Aquela coisa foi a sensação da festa de aniversario de Marlene, ao olhar aquela coisa, os pais dela queriam esfolar Paulo pelo presente, a menina ficou contente, como era dia de festa deram um desconto e aceitaram a coisa com todos aproveitando a festa, com ela, segurando aquela coisa horrível durante toda festa. E assim foram os dias, Marlene indo para todo lado com aquela coisa, o estranho era que os colegas começaram a aceitar aquela aberração, a menina parecia hipnotizada, os colegas dela passaram a sentir a mesma coisa, todos controlados pelo fantoche.
A situação foi ficando cada vez mais sinistra com a criança, os pais tentaram tirar o fantoche das mãos da menina, ela fez um escândalo tão grande que acabaram devolvendo para ela, a estranheza aumentando a cada dia. Não era filha única, tinha dois irmãos, dormiam num quarto separado, o pai e a mãe dormiam em outro quarto, os meninos passaram a reclamar de barulhos estranhos a noite do quarto de Marlene, ate que a mãe resolveu ficar no quarto dos meninos para verificar esses barulhos.
Numa noite de lua nova, a mãe estava dormindo sentada numa cadeira no quarto dos meninos, acordou sentindo algo, um calafrio, sutil, assustador, não queria levantar, acabou levantando, ao olhar para o relógio, quase três da madrugada, ouviu um barulho no quarto da menina, parecia que havia mais alguém la dentro, tentou abrir , não conseguiu. Foi ate seu quarto e tentou acordar o marido não conseguiu, ele só acordou quando ela o derrubou da cama, ao levantar xingando, mudou de opinião rápido, depois de olhar a cara da mulher e dos meninos assustados que tinham saído do seu quarto e estavam na sua frente em pé tremendo, o marido levantou indo ate a porta do quarto da menina, tentou abrir, não conseguiu,tentou derrubar a porta que parecia feita de ferro, com o mesmo efeito, depois de varias tentativas a porta se abriu sozinha e a menina estava dormindo o sono dos anjos com aquela coisa a observando.
Um desaparecimento, historias estranhas
Paulo estava tenso, preocupado, dirigindo o carro em direção ao bazar da cidade sombria, horas antes ao ouvir o que aconteceu com a sua sobrinha, se arrependeu de ter dado aquela coisa, ao dizer onde comprou, o pai e a mãe da menina só não bateram nele, porque estavam cansados demais, prometeu resolver a situação.Não sabia o que fazer, a situação da família de sua sobrinha estava difícil, os irmãos da menina foram por alguns dias para casa de um tio por não aguentarem a situação.
Ao chegar no bazar da cidade sombria, encontrou o vendedor , pegou-o pelos colarinhos, estava esganando o homem , quando um segurança apareceu, tocou no ombro do homem, Paulo se assustou pensando que ia levar porrada ou ser morto, o que o segurança disse o surpreendeu.
“Moço, posso saber o que ele te vendeu?”
“Uma marionete!”
O homem que era uma montanha , um negro de mais de dois metros, corou, passando por todas as cores do arco íris, olhou para o outro gritando.
“Pedro você vendeu aquilo, vendemos coisas esquisitas, mas aquilo e demais, não acredito que você fez isso!”
“Ele queria, falei para ele que aquilo não era bom, mesmo assim ele comprou...”
“Some daqui, que eu falo com o senhor aqui, vai!”
O outro abaixou a cabeça e saiu reclamando, a montanha se recompôs e indicou a saída para Paulo, os dois foram para fora, o homem pegou um maço de cigarro do bolso e ofereceu a Paulo que educadamente recusou, começou a fumar, disse mais calmo.
“Desculpe, estou tentando parar, quando fico nervoso, volto a fumar, aquele idiota, não devia ter vendido aquilo para o senhor, sabe a fama do bazar da cidade sombria, vendemos coisas bizarras, horríveis, macabras, mas não passa disso, aquela coisa supera, ela e cruel, ruim, quer ouvir uma historia sobre aquilo?”
“Determinadas pessoas só querem e nunca estão contentes, se satisfazem quando deixam os outros na miséria, o duque Camilo era um desses, nunca estava contente, o seu prazer era ver o fim das pessoas, um devasso,fazia ou ainda faz seus rituais perversos e malditos no meio da floresta sombria,boatos dizem que os demónios ou o próprio diabo eram seus companheiros nos seus rituais demoníacos.
Um sujeito que adorava destruir as pessoas, sentia um prazer perverso nisso, principalmente com os mais fracos se aproveitava de todas as formas possíveis e ate impossíveis com o tempo as pessoas passaram a evitar ele, seus vassalos começaram a negociar em outros lugares, começando a ficar independentes, ele não permitiria que isso durasse muito tempo, o infeliz teve uma ideia cruel para voltar a ter controle sobre eles?
Planejou algo sinistro, abominável, atingiria seus objetivos através das crianças, deu brinquedos para as crianças, a maioria aceitou,poucos não aceitaram,sabe como as crianças são com brinquedos, a maioria dos pais acabaram aceitando, a partir desse momento a infelicidade e a tragédia tomou conta desses infelizes, num dia um homem correu enlouquecido na aldeia vizinha, dizendo que quase todos morreram, somente poucas crianças e suas famílias sobreviveram, quando os homens da aldeia vizinha chegaram, perceberam que quem sobreviveu, não aceitou o brinquedo do duque.
Você deve estar pensando porque não mataram o duque, tinham medo dele e nada podiam fazer,esse brinquedo era um fantoche, dizem que esses fantoches foram entregues pelo próprio diabo em troca ,ficaria com a alma das crianças que morreram. As famílias de todos os que aceitaram o fantoche morreram, agora a historia fica mais estranha, segundo os boatos as almas das crianças ficam prisioneiras dos fantoches e onde essas coisas passam provocam tragédia, desespero e morte, em relação ao duque esse continuou com suas maldades ate que um dia sumiu.
Boatos dizem que seus cumplicies ficaram de saco cheio dele e o mataram, outros que ele foi aprontar maldades em outros lugares,reinos, dimensões quem sabe, fofocas de gente louca, se fosse você destruiria aquela coisa o mais rápido possível, por via das duvidas!”
A medida que o homem contava aquilo, Paulo ficou nervoso, tremulo, o homem continuou fumando e Paulo dessa vez aceitou um cigarro, começando a fumar também, quando o homem terminou de falar,ele agradeceu e foi embora, não sabia o que fazer,o problema daria tempo para consertar a situação.
Uma situação estranha , indo para a floresta sombria
Chegou na casa de sua irmã, a porta estava aberta, entrou, a casa estava vazia, procurou na casa inteira e não encontrou ninguém e nem o fantoche, o telefone tocou, atendeu, o que ouviu o deixou pensativo,quando a ligação terminou o deixou apavorado, ao se lembrar das palavras do homem do bazar, “deu brinquedos para as crianças”, o deixou mais preocupado ainda, sabia exatamente o que fazer e onde ir.
Antes de sair da casa, pagou algo na cozinha e entrou no carro, sabia para onde dirigir, o problema era o que fazer, a medida que cruzava a estrada em direção a floresta sombria. Parando o carro no meio da estrada, sabia que ali ninguém iria, saiu do carro, com a lua nova como testemunha, uma lanterna e o embrulho na mão,se embrenhou no meio da escuridão da floresta guiando-se apenas com sua coragem, sentiu algo, medo, desespero, agonia, a medida que avançava na floresta o pavor aumentava, sabia que isso o guiaria , mesmo assim continuou, se desse meia volta, iria se culpar pelo resto da vida e isso era pior do que o medo que sentia.
Andou no meio da floresta , quando ouviu um barulho, a medida que andava o barulho crescia e ao chegar onde era o barulho, o medo deu lugar ao puro terror, algumas crianças, incluindo sua sobrinha estavam num transe, havia também adultos amarrados, sangrando e acorrentados no mesmo tipo de transe, com uma figura sinistra , sombria e perversa no centro, meia focada, desfocada, como um borrão. Paulo se dirigiu ao fantoche, passando pelas crianças e adultos, olhou os adultos que estavam amarradas e sangrando, incluindo o pai e a mãe de sua sobrinha, a figura ficando cada vez mais focada, não perdeu tempo, viu o fantoche, aquela coisa maligna ,sabia que aquilo não tinha vida, mas dava medo de olhar aquilo.
Estava do lado daquela coisa e a figura estava bem definida, uma coisa abominável e ao mesmo tempo bela, pegou o saco que estava na sua mão, o abriu, tirou um recipiente, encharcou o fantoche com o liquido, pegou um fosforo, acendeu e jogou no boneco, fazendo aquela coisa queimar.A medida que aquilo queimava, a imagem ficava menos nítida, pouco antes de sumir, soltou um grito de ódio e raiva, sumindo totalmente.
Paulo suspirou de alivio, sabia que aquela figura que sumiu era do duque Camilo as crianças e os adultos saíram do transe, olharam em volta e se abraçaram com as crianças os desamarrando, viu a sobrinha junto com os pais, foi junto deles e os abraçou, independente do lugar e do medo, sabia que aquilo que sumiu e não deixou rastro, sentiu alivio com isso, era pior que o fantoche, sua irmã, perguntou com medo.
“O que estamos fazendo aqui o que aconteceu?”
“E uma longa historia e nem eu acredito, pessoal, não saiam, nem tentem sair, vou ligar para policia!”
Pegou o telefone, ligou para a policia, ao dizer onde estava, que tinha mais gente junto dele e que não fazia a mínima ideia de como foram parar no meio da floresta sombria, o atendente nem perguntou, disse que a policia iria chegar o mais rápido possível, estava acostumado, num lugar onde o que mais acontecem são coisas incomuns e estranhas.
Obrigado pela atenção
São Paulo, 07 de maio de 2025
T.N.
“
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